No universo dos esports, as histórias de jovens prodígios não são novidade. Mas a trajetória de spikeziN é um caso à parte. Aos 17 anos, ele se tornou um dos destaques do cenário brasileiro de VALORANT pela habilidade, maturidade e capacidade de lidar com a pressão.
Embora seja uma carreira curta e uma ascensão rápida, o jogador precisou passar por um processo longo. Abaixo, o VSpace te conta a trajetória da carreira dele na série Ubuntu, que abordará as histórias de cada um dos participantes, entre jogadores e membros da comissão técnica, do título histórico da 2Game do VCT Ascension Americas 2024.
LEIA MAIS
- pryze, da 2Game, tatua troféu do VCT Ascension Americas 2024
- Título da 2Game bate recorde de audiência do Ascension Americas
- 2Game e o investimento que deu certo no VALORANT brasileiro
Sonho e início de tudo
spikeziN começou sua jornada no mundo dos jogos desde mais jovem que já é. O sonho de ser um jogador profissional sempre existiu, mas foi com o lançamento do VALORANT que começou a se materializar.
A influência aconteceu através do irmão, que chamou spikeziN para jogar o beta do VALORANT dos Estados Unidos. Mesmo com ping alto, spike rapidamente se destacou e atingiu um feito que ele jamais imaginava conseguir: chegar no Radiante.
O feito é ainda mais expressivo porque spikeziN conseguiu chegar no Radiante com um monitor de 60hz — algo que gera desvantagem contra jogadores que possuem monitores com maiores taxas de atualização de tela.
Os amigos, inclusive, sabiam do potencial dele e faziam questão de elogiá-lo. Foi assim que ele participou do primeiro time, chamado de “blowzin e amigos”. Só que, por por ter somente 14 anos na época, ele não podia jogar campeonatos oficiais da Riot Games.
Primeiro passo no competitivo
O talento de spikeziN logo chamou a atenção de times menores. A primeira oportunidade, no entanto, aconteceu na antiga Stars Horizon Academy, quando começou a disputar campeonatos ainda pequenos, mas mais sérios.
Pouco tempo depois, surgiu a oportunidade, a convite de zap, para formar um time “fake” com a base atual da 2Game. Na época, ainda não havia uma organização disposta a contratar o elenco. Contudo, isso mudou em janeiro de 2024, com a proposta da 2Game. O resto é história.
Antes da história, a família de spikeziN precisou ser convencida pelos próprios companheiros de equipe, que conversaram com os pais dele para permitir que pudesse se dedicar mais à carreira de pro player. Atualmente, o jogador intercala os treinos com aulas online.
Quando a 2Game contratou o nosso time, eles [companheiros de time] foram falar com meus pais. Como eu estudo, o zap conversou com os meus pais para que eu tivesse mais tempo para me dedicar ao jogo. Isso foi muito importante porque eles acreditaram em mim depois que a 2Game chegou
explicou spike ao VSpace.
Pressão e o “pai” zap
Apesar da pouca idade, spikeziN demonstrou uma maturidade impressionante ao lidar com a pressão de representar o Brasil no campeonato que dava vaga para a elite do VALORANT. Ele explicou que o apoio da família e do psicólogo foi crucial para manter a calma e a concentração.
Um dos momentos que mais chamou a atenção da comunidade brasileira do jogo foi, no vlog da 2Game, quando spikeziN é visto chorando após a derrota da equipe para a argentina All Knights. A cena, que rapidamente viralizou, mostrou a pressão e a frustração que o jovem jogador sentiu por ter se culpado pelas decisões tomadas durante a partida.
A cena, inclusive, também evidenciou a importância de zap para spikeziN. Muito além do convite para fazer parte do time, o capitão se mostrou uma figura quase paternal para o jovem jogador. É assim que o próprio spikeziN explicou o momento.
O jeito que o zap me tratou naquele momento foi como o de um pai. Eu estava me sentindo culpado pela derrota, mas ele veio, me abraçou e disse as palavras certas para me acalmar
disse spikeziN.
Problemas e aprendizados
Apesar de todo o sucesso recente e da influência na campanha história da 2Game, spikeziN não poderá participar do VCT Americas 2025 porque ainda não terá feito 18 anos — a idade mínima exigida pelas regras da Riot Games. Essa situação poderia ser desanimadora para muitos, mas ele encara com maturidade e apoio do time.
Perguntado sobre isso, spikeziN demonstrou confiança ao invés de desânimo. Ele revelou que já conversou com o time a respeito do assunto e que também estará morando nos Estados Unidos e acompanhando a rotina do elenco. “Estou tranquilo em relação a isso porque meu time me vê como insubstituível”, disse.
Eles [2Game] me chamaram para ir para Los Angeles. E eu vou estar lá, ajudando nos treinos e aprendendo. Meu trabalho continua, mesmo que eu não esteja jogando. Vou treinar, estarei ao lado deles e vejo isso como uma oportunidade de aprendizado. Estar ao lado deles será bom para mim
completou spikeziN.
Considerações finais
A trajetória de spikeziN no cenário de VALORANT é uma história de determinação e paixão de um jovem talento que nasceu para isso. Desde o momento que decidiu seguir a carreira de pro player nos esports, ele tem deixado claro que a idade é apenas um número perto da habilidade e da maturidade.
De uma maneira geral, spikeziN tem transformado cada obstáculo em uma oportunidade de aprendizado e crescimento. Com um futuro cheio de possibilidades e uma mentalidade focada no aprendizado, o jovem jogador de 17 anos é mais do que um prodígio. É o futuro e uma das esperanças de dias melhores no VALORANT brasileiro.
Quer ficar por dentro de tudo que acontece no VALORANT no Brasil? Siga o VSpace no Instagram, no Bluesky, no Threads e no TikTok, além de se inscrever no canal do YouTube!